Rebelde conquista pelo carisma dos protagonistas. Mesmo com um texto capenga, recheado de frases feitas, como "quem foi ao vento, perdeu o assento", ou "no amor e na guerra vale tudo", a trama mexicana, adaptada por Margareth Boury, seduz pela agilidade da edição de Ivan Zettel e pela estética. Além da beleza das protagonistas femininas Mel Fronckowiak, Lua Blanco e Sophia Abrahão, os protagonistas masculinos Chay Suede, Arthur Aguiar e Micael Borges também se destacam pelo entrosamento em cena. Chay Suede, que participou da quinta temporada do programa Ídolos, ainda tateia como ator, mas consegue atrair a atenção dos fãs infantojuvenis pelo estereótipo de galãzinho.
No trio feminino de destaque, Lua e Mel se sobressaem com uma atuação mais convincente, principalmente nos palcos do folhetim. Nos shows, o sexteto que forma a banda Rebelde só peca ao cantar em playback na maioria das vezes.
Independentemente da qualidade musical da banda, a produção musical consegue entreter com eficácia o universo infantil e jovem e interessa cada vez mais essa fatia do público, que consome essas tramas com voracidade. Mesmo quando as imagens mostram uma realidade distante dos estudantes brasileiros que, na maioria das vezes, não estuda em internatos como os personagens da trama. Assim mesmo, eles criam a identificação apresentando o que seria uma escola perfeita, com educação musical, cenários impecáveis, alunos lindos, bem tratados e com famílias bem-sucedidas.
Na carona de séries musicais como Glee e a pioneira High School Music, a produção não contém ingredientes tipicamente brasileiros. Desde o figurino engravatado dos meninos, passando pelo formato enlatado e a profusão de onomatopeias - que transformam a trama em uma grande história em quadrinhos -, a produção que se passa no fictício e sofisticado colégio Elite Way está longe da realidade brasileira. O único momento em que se lembra que a trama se passa no Brasil é com a profusão de "stock shots" que mostram os paisagens cariocas, desde as imagens mais urbanas até as mais turísticas.
Neste cenário quase cosmopolita, os adultos têm pouco destaque no folhetim, com parcas exceções, como a divertida e histriônica cantora Eva, de Adriana Garambone, ou o sensato diretor Jonas, de Floriano Peixoto. Com sete meses no ar e uma média de 9 pontos, a trama começou a decair na audiência desde que mudou de horário e foi para às 20h40 - faixa que não atinge o público da trama, que antes era exibida às 19h e disputava com a novela das seis da Globo. Quando voltar ao horário original, após os jogos Panamericanos exibidos pela Record, a emissora vai decidir se a produção vai virar uma novela fixa, como Malhação, da Globo.
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